A deflagração da Operação Carbono Oculto, realizada pela Polícia Federal em parceria com a Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo, trouxe um detalhe que chama a atenção no noroeste paulista: um dos principais foragidos da ação é natural de Catanduva (SP). Trata-se de Mohamad Hussein Mourad, conhecido pelos apelidos “Primo”, “João” ou “Jumbo”, apontado pelas investigações como o epicentro do esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O esquema teria movimentado cifras que podem chegar a R$ 140 bilhões, por meio de empresas de combustíveis, fintechs e fundos de investimento. Mourad tem um histórico de envolvimento com crimes. Em 2010, ele chegou a ser preso por tentar subornar policiais e por porte ilegal de munições de metralhadora calibre .50.
Agora, após não ser localizado durante os mandados de prisão da operação, seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol, o que significa que ele passa a ser procurado em mais de 190 países.
Além de Mourad, outros sete investigados também entraram na lista da Interpol. O objetivo é reforçar a cooperação internacional para capturar os suspeitos, considerados peças-chave no complexo esquema de ocultação de patrimônio e movimentação ilícita de recursos.
A inclusão de um nome de Catanduva entre os principais foragidos da operação nacional evidencia como o interior paulista também faz parte da rota de crimes de alto impacto econômico, que envolvem facções organizadas e sofisticadas estratégias de lavagem de dinheiro.